terça-feira, 14 de setembro de 2010

Porque a República Democrática do Congo? Rumo ao encerramento da 3ª Ação Internacional!

Mulheres ocupam estacionamento do estádio do Pacaembu, na praça Charles Miller. Encerramento da Ação de 2010. (Foto: Daia Oliver/R7)

Entre 13 e 17 de outubro de 2010, iremos realizar as atividades de encerramento da nossa terceira Ação Internacional, na cidade de Bukavu, província do Sul do Kivu, na República Democrática do Congo (RDC).

Esperamos a participação de 1.000 mulheres durante a semana de atividades - provenientes, sobretudo da região da Grande Lagos Africano - e mais de 1500 pessoas para a grande marcha pela paz em 17 de outubro.

A ideia de fazer o encerramento da ação internacional em um país em conflito foi o centro da discussão no Encontro Internacional de Vigo, na Galicia, em outubro de 2008, em que participaram 148 delegados de 48 países. O principal objetivo da ação é chamar a atenção particular às relações entre a violência contra a mulher, o conflito e a militarização. As razões para esta decisão são muitas, incluindo:

• A utilização de estupro sistemático de mulheres emeninas para humilhar, envergonhar e desmoralizar, porque são consideradas como espólio de guerra;

• A existência de grupos de mulheres organizadas local e nacionalmente, proporcionando a oportunidade de expressar a nossa solidariedade internacional através do fortalecimento desses grupos;

• A utilização de tensões étnicas para justificar o conflito armado e, assim, disfarçar as causas econômicas: o controle dos recursos minerais e biodiversidade da região, além de os lucros das indústrias de armas e empresas segurança privada.

• A presença da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no DRC (MONUSCO) - que foi a Missão da ONU na RDC (MONUC) - que, em 2010, comemora 10 anos de presença na região, os impactos são vistos como mínimos pela população.

A MONUSCO representa um custo per capita para os soldados que são mais do que 400 vezes o PIB per capita na RDC.

Neste cenário, a ação de encerramento visa fortalecer a autonomia sócio-econômica e o estatus político das mulheres congolesas e exigir que os responsáveis pela violência sexual e o uso do corpo das mulheres como arma de guerra sejam punidos. Também visa denunciar os interesses econômicos que mantêm o conflito no país, especialmente a cumplicidade das milícias; lutar para que os recursos naturais beneficiem prioritariamente o povo congolês e que a República Democrática do Congo conheça a paz duradoura e que comece pela desmilitarização do país e da retirada gradual e negociada da MONUSCO.

Texto extraído do boletim da MMM

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