segunda-feira, 18 de julho de 2011

Anuário das Mulheres Brasileiras traz dados sobre trabalho e violência contra a mulher

Publicada em: 13.07.2011, no site da SOF

Na segunda-feira, 4 de julho, foi lançado em São Paulo o primeiro Anuário das Mulheres Brasileiras, produzido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O trabalho reuniu dados sobre a situação das mulheres em relação à saúde, educação, emprego, trabalho doméstico e violência contra a mulher.

Na atividade de lançamento, a presidente do DIEESE, Zenaide Honório, explicou que o documento foi realizado no intuito de subsidiar o debate e a formulação de políticas públicas para as mulheres no Brasil. Além disso, a secretária de articulação institucional da SPM, Angélica Fernandes, lembrou que o trabalho também será de utilidade para as mulheres trabalhadoras formularem políticas específicas nas centrais sindicais. (Veja aqui o Anuário completo).

Trabalho e remuneração


O Anuário mostrou que ainda que a participação das mulheres no mercado de trabalho tenha aumentado, desigualdades de salários e de ocupações ainda existem. Os dados apontaram que as mulheres brasileiras costumam exercer trabalhos ligados ao cuidado, educação, saúde e serviços sociais. O emprego doméstico ainda é a profissão majoritária entre as mulheres, de acordo com a pesquisa de 2009 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Além disso, segundo a mesma pesquisa, os homens têm remuneração média quase duas vezes superior a das mulheres. Entre elas, as que apresentaram menor rendimento mensal foram as moradoras das áreas rurais do Nordeste, com R$ 205, enquanto o maior rendimento médio mensal foi registrado na área urbana da região Sul, com R$ 695. Outra informação é que o número de mulheres negras assalariadas ainda é menor que as não-negras.

Falta de creches limita o direito da mulher ao trabalho

Segundo o Anuário, a falta de creches é um dos maiores entraves para que as mulheres aumentem sua participação no mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa, em 2009, 58,8% das mulheres com mais de 16 anos tinham um trabalho. Entre os homens com mais de 16 anos, esse percentual chegava a 81,5%. Essa diferença está ligada à deficiência da infraestrutura dedicada à mulher. As creches, fundamentais para alterar essa realidade desigual, atendiam só 18,4% das crianças até 3 anos de idade também em 2009.

“A carência dessa política pública [creches] é um impeditivo para que a mulher tenha sua independência econômica que o trabalho propicia”, afirmou o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, durante a apresentação do anuário, em São Paulo.

Violência

Sobre violência contra a mulher, o Anuário constatou que em 2009, 43,1% das mulheres brasileiras foram agredidas no ambiente familiar. A Secretaria de Políticas para as Mulheres também afirma que o número de ligações realizadas para a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) cresceu de 46 mil, em 2006, para 734 mil ligações em 2010. No total, 108 mil eram denúncias de crimes contra a mulher.

Fontes: DCI e Site Caros Amigos

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