sexta-feira, 29 de julho de 2011

Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto realiza plenária em Brasília

Publicada em: 27.07.2011, no site da MMM

No dia 18 de agosto, a Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto realiza sua plenária, em Brasília. A atividade aproveitará a presença das mulheres na cidade para a Marcha das Margaridas, que acontece nos dias 16 e 17.

No Brasil, são realizados cerca de um milhão de abortos por ano. Muitas mulheres, principalmente as mais pobres, são vítimas de procedimentos inseguros, que têm inúmeras consequências negativas para suas vidas. Segundo o Ministério da Saúde, a prática do aborto inseguro é a terceira causa de morte materna no país.

A Plenária acontece das 9h às 18h, no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal.

Nenhuma mulher deve ser presa, maltratada ou humilhada por ter feito aborto!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Acampamento de jovens feministas reúne mais de 60 mulheres na Europa

Publicada em: 27.07.2011, no site da MMM

Entre os dias 9 e 17 de julho, mais de 60 mulheres vindas de 10 países da Europa participaram do Acampamento de Jovens Feministas, em Terreblanque, França. A iniciativa foi organizada pelas jovens da Marcha Mundial das Mulheres no continente e contou com a participação de mulheres vinculadas a diversos coletivos. Elas participaram de oficinas com objetivo de compartilhar experiências de luta e visões políticas, e identificar as prioridades atuais.

O Acampamento é autogestionado e o conjunto das participantes compartilhou as responsabilidades e o trabalho coletivo. As decisões foram tomadas em assembleias gerais diárias. O diálogo entre as participantes foi assegurado pela presença de intérpretes que permitem o intercâmbio em francês, inglês, espanhol e, algumas vezes, até em português. Clara Carbunar, da MMM da França, contou que “O ambiente foi ao mesmo tempo muito relaxado e voltado ao estudo. Temos muita coisa para discutir entre nós”.

Somente mulheres participaran do acampamento, mas em dois momentos aconteceram atividades mistas: uma manifestação prevista para sexta-feira, 15, e o concerto e debate público no sábado, 16.

Para fotos e informações sobre o Acampamento:
www.genreenaction.net (Genre en action) e www.collectif-debout.org (collectif Nancy)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Mais uma palavra de ordem

Já consta na lateral do Blog mais uma palavra de ordem da MMM. Essa vai rolar na Marcha das Vadias, coooom certeeeeza.

Se o corpo é da mulher (estilo funk)
Se o corpo, se o corpo,
Se o corpo é da mulher
Ela dá pra quem quiser
Ela dá pra outra mulher
Ela dá pra quem quiser
Ela dá pra outra mulher

terça-feira, 26 de julho de 2011

Reunião da comunicação da Marcha das Vadias em Belém

Mais uma reunião de organização da Marcha das Vadias acontece na próxima segunda, dia 01/08, às 17:30h, no Sindicato dos Bancários (Rua 28 de setembro, nº 1210 - próx à Doca). Desta vez o encontro será da Comissão de Comunicação.

Venha conosco afirmar a autonomia sobre nossos corpos e nossas vidas!

VOCÊ SABIA? Que a Marcha das Vadias surgiu no Canadá quando um policial, numa palestra sobre segurança, afirmou que se uma mulher não queria ser estuprada não devia se vestir como vadia? A indignação foi geral e agora a manifestação corre o mundo. Chegou a vez de Belém, será dia 28 de agosto, com saída às 9h, da Escadinha.

sábado, 23 de julho de 2011

Novas datas da Marcha das Vadias

Marcha das Vadias - Natal/RN
Sábado, 23 de Julho, às 14h
Local: Concentração e Produção de Cartazes no Ponto 7 da Av. Engº Roberto Freire (Ponta Negra) e segue rumo ao Morro do Careca.

Marcha das Vadias - Belém/PA
Domingo, 28 de agosto, às 9h
Local: Concentração na Escadinha e segue pela Pte Vargas.


Veja as demais datas aqui

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Novo Brechó da Marcha - aceitamos doações!!!

Companheiras/os,

As Marchas das Margaridas (Brasília, 16 e 17 de agosto) e das Vadias em Belém (28 de agosto) estão chegando e a MMM estará em ambas. Para apoiar as companheiras que vão e conseguir fazer nossos materias, precisamos de recursos. Então, decicimos realizar brechós e outras atividades financeiras. LEIA COM ATENÇÃO E ATÉ O FIM, tá?

Porque fazer atividades financeiras (rifas, brechó, festas etc.)? Isso nos organiza, nos põe em movimento, nos faz reunir, debater e envolve mais pessoas. Ajuda na política de divulgação das nossas ações, porque as atividades nos dão um motivo para falar sobre nossas pautas. Nos dão mais independência, porque podemos decidir fazer um adesivo ou qualquer coisa sem depender que alguém pague pra gente.

O brechó é uma atividade de finanças muito legal. Porque?
  • não custa nada separar coisas que você não precisa mais, doar e ter mais espaço e menos poeira;
  • outras pessoas darão utilidade ao que você não precisa;
  • reciclaremos o que "não presta", pintando, costurando etc.;
  • esse dinheiro será muuuuuito necessário para a MMM!!!
  • o que não for vendido será doado para pessoas que necessitam.
Quem pode doar?
Todo mundo, não precisa ser só quem é da Marcha, amigas/os, parentes e vizinhas/as podem contribuir, até porque todo mundo acaba comprando / ganhando / guardando mais coisas do que realmente precisa e usa.

O que arrecadar?
Tudo. Nosso brechó não será só de roupas e a idéia é ter coisas diferentes com diversos preços. Tudo vai ser limpo, reformado, avaliado e, por fim, terá um preço. Valem coisas, usadas, beeem usadas e novas também.

VEJA A LISTA:
  • roupas em geral: camisetas, jeans, masculinas e femininas, infantil e adulto, tamanhos grandes e pequenos, etc.
  • calçados: tênis, sapatos, sandálias e chinelos,
  • acessórios: brincos, cintos, bolsas, enfeites, mochilas
  • entretenimento: CDs, LPs, jogos, etc.
  • uso doméstico: cestas (tipo de café da manhã), toalhas, mosquiteiros, vasos, pequenos objetos
....ufa! Na dúvida, pergunte!

Até quando?
SEGUNDA - 08/08 (use os finais de semana para separar seus objetos!).

Onde eu entrego?
Tati e Lorena são responsáveis pela organização do brechó e, portanto, desde juntar tudo até o dia da venda (quando a responsabilidade volta a ser de todas). Quando já tiver tudo separado (sacola ou caixa), entre em contado conosco pra gente combinar a entrega. Então...

Lorena Abrahão
lorenavogabrahao@hotmail.com

Tatiana Oliveira
tatianacibele@gmail.com
33447751 (trabalho)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Organização da Marcha das Vadias em Belém/PA!





Neste sábado, dia 16 de julho, às 16h, no Parque da residência, houve a primeira reunião de organização da Marcha das Vadias em Belém. Num sábado do tradicional mês de férias no estado, ver cerca de trinta mulheres debatendo e organizando a Marcha foi muito bonito!
Debatemos o surgimento da Marcha das Vadias, o por quê do nome, as bandeiras do movimento feminista que têm a ver com a Marcha, dividimos as comissões...ufa! Pra se ter uma idéia a reunião acabou e já estava escuro.
Participaram da reunião pessoas que se interessaram ao ver a convocatória no facebook, nós da Marcha Mundial das Mulheres, o Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense, meninas da movimento estudantil, de diretórios de estudantes, centros acadêmicos, profissionais liberais. Deu pra sentir que a diversidade de pessoas e movimentos fará bem à nossa Marcha das Vadias!
Ficou marcado para o dia 28 de agosto a Marcha das Vadias de Belém, com saída da famosa "escadinha" da Av. Presidente Vargas até a Praça da República. Tod@s devem anotar na agenda para participar!


Foto: Isabela do Lago


Anuário das Mulheres Brasileiras traz dados sobre trabalho e violência contra a mulher

Publicada em: 13.07.2011, no site da SOF

Na segunda-feira, 4 de julho, foi lançado em São Paulo o primeiro Anuário das Mulheres Brasileiras, produzido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O trabalho reuniu dados sobre a situação das mulheres em relação à saúde, educação, emprego, trabalho doméstico e violência contra a mulher.

Na atividade de lançamento, a presidente do DIEESE, Zenaide Honório, explicou que o documento foi realizado no intuito de subsidiar o debate e a formulação de políticas públicas para as mulheres no Brasil. Além disso, a secretária de articulação institucional da SPM, Angélica Fernandes, lembrou que o trabalho também será de utilidade para as mulheres trabalhadoras formularem políticas específicas nas centrais sindicais. (Veja aqui o Anuário completo).

Trabalho e remuneração


O Anuário mostrou que ainda que a participação das mulheres no mercado de trabalho tenha aumentado, desigualdades de salários e de ocupações ainda existem. Os dados apontaram que as mulheres brasileiras costumam exercer trabalhos ligados ao cuidado, educação, saúde e serviços sociais. O emprego doméstico ainda é a profissão majoritária entre as mulheres, de acordo com a pesquisa de 2009 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Além disso, segundo a mesma pesquisa, os homens têm remuneração média quase duas vezes superior a das mulheres. Entre elas, as que apresentaram menor rendimento mensal foram as moradoras das áreas rurais do Nordeste, com R$ 205, enquanto o maior rendimento médio mensal foi registrado na área urbana da região Sul, com R$ 695. Outra informação é que o número de mulheres negras assalariadas ainda é menor que as não-negras.

Falta de creches limita o direito da mulher ao trabalho

Segundo o Anuário, a falta de creches é um dos maiores entraves para que as mulheres aumentem sua participação no mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa, em 2009, 58,8% das mulheres com mais de 16 anos tinham um trabalho. Entre os homens com mais de 16 anos, esse percentual chegava a 81,5%. Essa diferença está ligada à deficiência da infraestrutura dedicada à mulher. As creches, fundamentais para alterar essa realidade desigual, atendiam só 18,4% das crianças até 3 anos de idade também em 2009.

“A carência dessa política pública [creches] é um impeditivo para que a mulher tenha sua independência econômica que o trabalho propicia”, afirmou o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, durante a apresentação do anuário, em São Paulo.

Violência

Sobre violência contra a mulher, o Anuário constatou que em 2009, 43,1% das mulheres brasileiras foram agredidas no ambiente familiar. A Secretaria de Políticas para as Mulheres também afirma que o número de ligações realizadas para a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) cresceu de 46 mil, em 2006, para 734 mil ligações em 2010. No total, 108 mil eram denúncias de crimes contra a mulher.

Fontes: DCI e Site Caros Amigos

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Nota de Repúdio ao parecer do Conselho Nacional de Educação sobre as creches

Na última quinta-feira, 7 de julho, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou um parecer que orienta que as creches de todo o Brasil devem fechar durante as férias. Nós, da Marcha Mundial das Mulheres, vimos a público repudiar este parecer, que vai na contramão das políticas públicas que contribuem para a autonomia econômica das mulheres.
A maior parte das mulheres que tem crianças em creches são aquelas que estão no mercado de trabalho em condições precárias e que sequer tem garantido o direito de férias. O fechamento coletivo das creches prejudica uma parcela importante de mulheres e crianças que não têm condições de programar férias em período escolar. As férias das crianças em creches têm que estar de acordo com as férias de pais e mães. Defendemos que seja garantido o direito de férias das trabalhadoras das creches com a contratação de professoras substitutas ou outras formas que não o fechamento para férias coletivas. Contudo, este direito não pode ser garantido em detrimento do direito das mulheres e crianças que dependem das creches, mas sim do poder publico que deve encontrar uma solução que garanta o direito das trabalhadoras e das usuárias.
A falta de creches prejudica muito o direito das mulheres ao trabalho. São elas que deixam seus empregos por não terem com quem deixar as crianças, que pagam com seus baixos salários uma escola particular ou outra mulher para cuidar dos filhos, ou ainda ficam dependendo de favores de parentes. Soluções individuais, as quais somos contra, uma vez que garantir creches públicas para todas as crianças é um dever do Estado.
O acesso às creches é um direito das mulheres que possibilita maior autonomia econômica e reconhecimento de seu direito ao trabalho. Defendemos que os cuidados com as crianças sejam compartilhados entre homens e mulheres, e também com a sociedade, a partir de políticas públicas que implementem serviços de cuidados gratuitos e de qualidade em horários integrais e contínuos.
       Exigimos do Ministro da Educação, Fernando Haddad, que esse parecer não seja homologado e que a promessa da presidenta Dilma Rouseff, de construir 6.000 creches e pré-escolas no país até 2014, efetive-se!

Creche para as crianças, autonomia para as mulheres já! 

Marcha Mundial das Mulheres

terça-feira, 12 de julho de 2011

O corpo das mulheres

Este é um vídeo italiano sobre mulher e televisão, que encontrei no post "7 mitos machistas que eu e você reproduzimos" do site www.papodehomem.com.br
A partir da análise de como as mulheres são representadas nos programas televisivos italianos a narradora parece perguntar: Quem são as mulheres na televisão além de um corpo e um rosto fabricado?
Bom para reflexão, visto que a mercantilização do nosso corpo em todos os meios de comunicação não dá trégua, e precisamos fazer diferente.


segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Marcha das "p..."

Estamos compartilhando com vocês o texto lido na nossa última reunião. Um ótimo texto para iniciarmos o debate sobre a importância da Marcha das Vadias, ou sobre qualquer outra manifestação que luta pela autonomia das mulheres. Boa leitura.

Maria Berenice Dias*

Bem assim: a letra "p” e reticências.

Esta era a forma utilizada por todos os meios de comunicação para identificar as mulheres que, simplesmente, assumiam o
livre exercício de sua sexualidade. Seja profissionalmente, mediante remuneração; seja pelo só fato de se vestirem de uma forma considerada inadequada, deixando exposta alguma parte do corpo que poderia revelar que se tratava de um corpo feminino.

Inclusive houve época que eram assim rotuladas as mulheres que saiam do casamento por vontade própria. Nem importava a causa. Separadas e desquitadas eram consideradas “p...”. Mulheres disponíveis que qualquer homem tinha o direito de “usar”.

Claro que muitas coisas mudaram. E não há como deixar de prestar tributo ao movimento feminista que, em um primeiro momento, gerou tamanha reação que convenceu até as mulheres que não poderiam ser ativistas, o que as identificaria como mulheres indesejadas. Talvez pelo absurdo de reivindicarem as mesmas prerrogativas dos homens.

É significativo constatar que ao feminis
mo não se atribuía adjetivações ligadas à prática sexual. Ou seja, as feministas
eram mulheres feias, mal-amadas, lésbicas, mas não eram chamadas de “p...”. Eram mulheres que homem nenhum quis. Por isso saiam às ruas em busca de igualdade.

De qualquer modo, um movimento tão significativo que mudou a feição do mundo, a ponto de se dizer que o século 20 foi o século das mulheres.

Apesar dos avanços em termos de igualdade de oportunidades no mundo público, na esfera privada ainda é longo o caminho a percorrer. Basta atentar à violência doméstica cujos assustadores números só recentemente vem sendo revelados graças à Lei Maria da Penha.

Mas há outra violência que somente agora está levantando o véu da impunidade: a violência sexual. Como a virilidade é reconhecida como o maior atributo do homem, o livre exercício da sexualidade, sempre foi um direito ao qual as mulheres precisam se submeter. Inclusive ainda se fala em débito conjugal e tem gente que acredita que o casamento se “consuma” na noite de núpcias, e busca anulá-lo sob o absurdo fundamento de que o casamento não ocorreu.

O controle da natalidade é outro exemplo da absoluta irresponsabilidade masculina. Até hoje se atribui à mulher o encargo de prevenir a gravidez. É sua a culpa pela gestação indesejada. É ela que precisa fazer uso dos meios contraceptivos, em face da enorme a resistência dos homens ao uso de preservativos.

Ou seja, as mulheres sempre tiveram que se submeter ao “instinto sexual” masculino. Algo que parece dominar a vontade do homem que se torna um ser irracional, que não poder ser responsabilizados pelos seus atos. As mulheres são culpadas por excitarem os homens, que viram bestas humanas e não merecem responder por seus atos. Por isso, nos delitos sexuais, o comportamento da vítima é invocado como excludente da criminalidade.

Até que enfim as mulheres estão se dando conta de que submissão e castidade não lhes servem mais de qualificativos. Não são atributos que lhes agrega valor. Têm o direito de agirem, se vestirem e se exporem do jeito que desejarem. Não podem ser chamadas de putas, vadias, vagabundas, adjetivos que só servem para inocentar os homens que as estupram.

Vislumbra-se um novo um novo momento, em que as mulheres passam a ter orgulho de sua condição de seres sexuados. A Marcha das Vagabundas, que está acontecendo no mundo todo, é uma bela prova. Reação à afirmativa de um policial, em uma universidade de Toronto, Canadá: as mulheres devem evitar se vestirem como “slut” para não se tornarem vítimas. A expressão que pode se traduzido por vadia, vagabunda ou puta.

Depois que nos tornarmos sujeitas de nossos direitos, é chegada a hora de assumirmos a condição de senhoras de nossos desejos.


* Maria Berenice Dias é advogada do Rio Grande do Sul especializada em Direito Homoafetivo, Direito das Famílias e Sucessões.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Rafinha Bastos poderá ser investigado por piada sobre estupro

O Ministério Público de São Paulo pediu abertura de inquérito policial contra o humorista Rafinha Bastos, do programa "CQC", da TV Bandeirantes, para apurar suposta incitação e apologia ao crime por conta de uma piada sobre estupro.

As declarações foram feitas por Bastos em seu show de comédia stand-up e reproduzidas na revista "Rolling Stone". Na ocasião, o humorista disse que toda mulher que reclama que foi estuprada é feia, e que o homem que cometeu o ato merecia um abraço, e não cadeia.

O pedido de inquérito é da promotora de Justiça Valéria Diez Scarance Fernandes, coordenadora do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar.

No ofício, a promotora diz que o humorista compara publicamente o estupro a "uma oportunidade" para determinadas mulheres e o estuprador a um benfeitor, digno de "um abraço". "O estupro é um crime. O estuprador é um criminoso que deve ser punido e não publicamente incentivado", diz Fernandes.

A requisição de instauração de inquérito é resultado de representação feita à Promotoria pela coordenadora do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Thais Helena Costa Nader.

Contatada, a assessoria de imprensa de Rafinha Bastos disse que o humorista não tem nada a declarar sobre o assunto.

REPÚDIO

A piada de Bastos foi criticada pelo Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo, órgão institucional formado por representantes da sociedade e do poder público, que divulgou nota de repúdio contra o humorista.

"A liberdade de expressão, direito previsto constitucionalmente, encontra limite quando em choque com outro direito, que é o da dignidade da pessoa humana, que está acima de qualquer outro", diz a nota. O conselho viu na piada de Bastos conteúdo machista e preconceituoso, "encorajando homens, bem como fazendo parecer que o crime de estupro, hediondo por sua natureza, não seja punível".

O humorista também foi alvo da Marcha das Vadias. Em São Paulo, as manifestantes fizeram protesto em frente ao Comedians, clube de comédia de Rafinha Bastos e Danilo Gentili. No Rio, o humorista foi vaiado por conta das declarações.


Fonte: Folha de São Paulo

Você (não) precisa de um homem pra chamar de seu





Filosofia é poesia é o que dizia a minha vó
Antes mal acompanhada do que só
Você precisa de um homem pra chamar de seu
Mesmo que esse homem seja eu**





A construção social dos papéis que mulheres e homens devem cumprir na sociedade ocorre de maneira mais ou menos genérica em nossa sociedade (ao menos naquelas ditas ocidentais): aos homens, a força, a palavra, o espaço público, a política; às mulheres o lar, a compreensão, o cuidado (com os outros, não consigo mesma). A lista de papéis, ou amarras, é enorme. Mas pretendo aqui debruçar-me sobre o cuidado.
A nós sempre é destinada a tarefa de cuidar das crianças, das pessoas idosas, doentes, ou mesmo cuidar do marido, da casa. É como se ser mulher fosse somente isso. E durante muito tempo, aliás, ainda hoje, a identidade “mulher” estava ligada ao outro de quem se cuida: mãe, esposa. E não precisa ir muito longe, é só olhar os sinônimos para o vocábulo Mulher no dicionário Aurélio. Isso parece se estender até a esfera da sexualidade. Para ser considera sensual temos que estar adequadas ao olhar masculino e não às roupas e sapatos que nos parecem mais confortáveis, a própria dinâmica das relações sexuais ocorre de maneira a privilegiar o prazer masculino, falando sob o ponto de vista heterossexual.
Mas onde (e quando) aprendemos a cuidar de nós mesmas? Será que aprendemos? Precisamos mesmo depender do olhar (e avaliação) alheia para ser quem somos?
Uma entre tantas propostas e tarefas do feminismo é afirmar a autonomia e liberdade das mulheres, ou seja, somos protagonistas da nossa própria história e não devemos simplesmente e somente obedecer ao leque que opções “possíveis”, ou melhor, impostas. Podemos ser qualquer coisa, se quisermos. Podemos não ter filhos, pilotar aviões, casar, não casar, ter relações com outras mulheres, ser presidentas, enfim. Acredito que todas nós, feministas ou não, lutam diariamente para construir sua autonomia, mas a dependência do olhar alheio continua a ali, profetizando que só se pode ser mulher em função de um outro, este, geralmente masculino.
Assim, dizer-se feminista e agir como tal, assim como construir uma história possivelmente diferente das nossas mães e avós não é fácil. Digo isso porque a dependência não se esvai quando se alcança a independência econômica, o caso da Maria da Penha é emblemático. Uma mulher pós-graduada, que não dependia financeiramente do marido, aceitar tudo aquilo (durante muito tempo) calada? Soa totalmente incoerente. E é. Mas há explicações.
A todos aqueles que colocam a luta feminista à prova todas as vezes que alguma mulher mostra em seus atos essa dependência de que falo aqui, um recado: “o buraco é mais embaixo”. Esse modelo de relações constrói e continua construindo nossas subjetividades. Lutar contra ele é travar diariamente uma batalha interna. É saber que não se precisa de um homem pra chamar de seu, isso é apenas o “que dizia minha vó.” Felizmente, temos um leque de possibilidades para descobrir.

P.S. Nas fotos: Frida Kahlo e Leila Diniz. A primeira foi mulher pintora, mostrou que sim, podemos fazer arte, marcar eras! A segunda provocou a ira dos moralistas ao posar mostrando a barriga da gravidez, sem preocupar-se com o olhar dos outros, ou se pensariam que ela era uma vadia.


* Mariah Aleixo é estudante de Direito e militante da MMM/PA
**Música "Mesmo que seja eu" de Roberto e Erasmo Carlos

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Reunião histórica

A reunião da MMM ocorrida ontem foi realmente marcante para nós. Muitos encaminhamentos foram tirados, como a construção da Marcha das Vadias em Belém, além de Formação Feminista, realização de uma Plenária (ou II Encontro) Estadual, atividades de finanças etc. Tudo deve rolar ainda em 2011, por isso fique atenta ao Blog que em breve disponibilizaremos nosso calendário.

Apesar da chuva (um verdadeiro toró!) que caia bem no hora da reunião, foi a grande a participação, inclusive de novas militantes feministas. Vamos a luta!



As fotos são da Lorena (Unama)

terça-feira, 5 de julho de 2011

TODAS AO DIA NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO

A CUT em conjunto com o Movimento Social e Popular – (MST, MMM e CMP) estarão realizando no dia 06 de julho de 2011, um DIA NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO, que ocorrera nas capitais e em cidades prioritárias, com panfletagens nas praças, escolas, fábricas, além de paralisações, assembléias.... etc.

No Pará O ATO PÚBLICO será realizado em Belém, concentração em frente ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA- ALEPA – Praça D. Pedro II, às 9h do dia 06/07/2011.

Contaremos com a participação em nosso ATO do PRESIDENTE NACIONAL DA CUT, ARTHUR HENRIQUE.

Charque, xoxota, putão, cachorra, vadia. Quem se ofende?

* Gisele Dantas
A Marcha das Vadias suscitou um debate que vira e volta está presente nas rodas femininas, e nas rodas feministas evoca em muitas o ardor da defesa da imagem da mulher e em outras um certo questionamento se isso deve mesmo ofender ou não. Quem não se lembra da polêmica aqui mesmo no Blog sobre o nosso bloco de carnaval Charque Independência? Peço licença para as companheiras para emitir uma opinião.
É sabido de todas (muitas vezes por experiência própria) que ao longo da dominação machista de nossas vidas fomos usadas como objeto, tanto sexual, quanto utilitário do lar, e para nos manter como “máquinas de lavar com vagina”, a linguagem foi amplamente utilizada para nos colocar em nosso lugar, nos diminuir, nos coisificar. Não só os jargões de bordel, mas a linguagem rotineira, do dia-a-dia, ora esquece a nossa existência, ora nos lembra de nosso papel.
 Um bom exemplo disso é o conceito de Homem no Aurelião (dicionário), Homem é qualquer indivíduo animal que apresenta maior complexidade evolutiva, o ser humano. E acrescenta exemplos: homem de bem, homem de Deus, homem da lei, homem do povo. Mulher tem uma definição bastante diferente: O ser humano do sexo feminino, capaz de conceber e parir outros seres humanos (ou seja, mulheres inférteis não são mulheres), e os exemplos são fantásticos: mulher à-toa, mulher comédia, mulher da rótula, mulher da rua, mulher de César, mulher da vida, etc... e com uma observação após cada uma dessas, “meretriz”. Ou seja, nada sobre a nossa escala evolutiva, apenas a alusão à nossa capacidade de parir e o mau uso da nossa sexualidade.
A linguagem cumpre seu papel todos os dias de nos diminuir, mas ultimamente a linguagem, essa mesma que nos menospreza está servindo pra nos afirmar. O funk carioca já faz a cabeça da galera da favela à muito tempo, mas ganhou a mídia com uma versão light, mas ainda sim muito misógina, onde as mulheres eram cachorras e popozudas e etc. E como sempre, não aparecia na mídia uma parte do funk composta e cantada por mulheres, e quando apareceu, nossa! foi um escândalo. Me lembro de muitas feministas dizendo de que Tati quebra-barraco era uma mulher que tinha sido tomada pela sua própria opressão ao se auto denegrir, se chamando de cachorra.
Não me parece que auto punição seja o caso, pra mim parece mais uma afirmação do gênero “sou cachorra se eu quiser, eu dô pra quem quiser, e a porra da buceta é minha”, como diria Deise Tigrona. A utilização da mesma linguagem que diminui pra afirmar, afirmar a capacidade de se livrar de um marido agressor, afirmar a sua sexualidade, é um instrumento libertador. Quando nós mulheres utilizamos palavras que serviram para nos denegrir em nosso favor desconstruímos o imaginário que se faz em cima dessa linguagem e tiramos mais um trunfo da mão de misóginos. Se é pra falar de xoxota, que falemos nós mesmas das nossas!

Toda essa reclamação pudica sobre o termo Marcha das Vadias ou Charque Independência é que me oprime. Vadia é um conceito que utilizam pra inibir meu comportamento, eu não posso ser vadia, não posso gozar, nem me masturbar, porque se eu sair do meu papel as consequências virão. Mas não somos oprimidas ou violentadas por sermos vadias, putões, cachorras, nem pelas nossas roupas ou comportamento e sim pelo simples fato de sermos mulheres.  
         
Não é o termo que define a nossa opressão, é quem utiliza o termo e porque utiliza. Se fosse assim eu não iria querer ser chamada de mulher, porque ser mulher foi por muito tempo, e ainda é a representação de um ser humano de segunda categoria. Mas pra mim, ser mulher é outra coisa, e eu preciso afirmar todos os dias que eu sou mulher, só que do meu jeito.
*Gisele Dantas é militante da Marcha Mundial das Mulheres

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Monster - Desejo assassino


Gente, nem sei porque nunca postei esse filme antes, eu acho ele fantástico, é antigo 2003, mas valhe a pena assistir!
Filme baseado na história real de Aileen Wuornos, uma prostituta lésbica e serial killer. Em Michigan, a infância de Wournos foi marcada pelo abuso sexual e uso de drogas. Mais tarde, aos 13 anos, iniciou-se na prostituição e logo ficou grávida. Em seguida, mudou-se para a Flórida, onde seguiu na prostituição, trabalhando nas estradas. Entre 1989 e 1990, no mesmo período em que cometeu os assassinatos, conhece Selby Wall (Christina Ricci), com quem vive um tórrido romance. A assassina é presa e executada em outubro de 2002. Charlize Theron recebeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz, em 2004.

domingo, 3 de julho de 2011

Reunião da MMM é na próxima terça!


Há outros pontos na pauta da reunião, como: Ciclo e/ou Curso de Formação Feminista, oficina de batucada, Campanha de Creche... Essa reunião é muuuito importante. Aguardamos a todas!