segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Brechó Pró Lili - MMM





No final do mês de outubro a companheira Lili (MMM Pará) será submetida a uma operação para retirar o útero, por conta de um mioma. A cirurgia chama-se histerectomia.

A Lili descobriu esse Mioma há 5 anos e desde então tem buscado métodos de tratamento para que não fosse necessário realizar a cirurgia. Mas os métodos infelizmente não foram eficazes e com o tempo as dores, o sangramento intenso e a anemia têm se intensificado.

O útero da Lili já mede mais de 500 cm³ de volume (o máximos normal é 90 cm³). O que aponta para uma cirurgia em caráter necessário e urgente.

Ela está esperando há um ano para realizar essa cirurgia pelo SUS. E em decorrência do seu quadro clínico já não é possível esperar mais.

A Histerectomia custa R$ 3.000,00 (Três mil reais). Mas a companheira Lili não tem condições de arcar com as despesas totais pré, peri e pós cirúrgicas. E por isso decidimos ajudá-la e achamos que mais pessoas também gostariam de fazer o mesmo. Por tanto, resolvemos fazer uma campanha financeira pró Lili. :)

Como você pode ajudar?

- Se você não mora em Belém, ou mora mas não pode ir pro Brechó, ou se quer ajudar de todas as formas, você pode participar da Vakinha virtual que a Lili criou. http://www10.vakinha.com.br/VaquinhaE.aspx?e=308404
Convida todo mundo pra participar dessa vakinha solidária.

- Se você tem aquelas roupas, sapatos, livros, vinis, bolsas, bijus, vasos,redes, etc. que você não usa mais, doa pra gente, que vamos reciclar e vender no brechó.

Quem pode doar e comprar?

Todo mundo. Amigas/os, parentes e vizinhas/os podem contribuir. Cá entre nós, todo mundo compra/ganha/guarda mais coisas do que realmente usa.

- o que não for vendido será doado para pessoas que necessitam.

Onde entregar as doações?
Sindicato dos Bancários: Rua 28 de setembro, 1210, próximo à Doca (procurar Lorena)

Caso você não possa entregar no sindicato, entre em contato que vamos pegar (contatos no final).

Quando será o Brachó?
O Brechó será no dia 29 de outubro, a partir das 16h, no Sindicato dos Bancários e só terminará 20h.

Vai ter opção pra pagamento em cartão de crédito, hein!

Convida todo mundo pra esse Brechó. Aguardaremos vocês com tudo arrumadinho.

....Ufa! Qualquer dúvida, pergunte pra alguma das marchantes abaixo.

raizarocha6@gmail.com
(91) 99224165 - vivo

lorena.mmm.pa@gmail.com

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Ciclo de oficinas de teatro-manifesto

Com muita alegria anunciamos que estão abertas as inscrições para o I Ciclo de oficinas de teatro-manifesto da Marcha Mundial das Mulheres - Pará.

As oficinas serão abertas, ou seja, poderão participar mulheres que militam na Marcha Mundial das Mulheres e as que não o fazem. Porém, infelizmente, por ser um projeto piloto, nossas vagas neste ciclo serão limitadas a apenas 25 inscrições. As inscrições excedentes serão alocadas em uma fila de espera.

Para efetuar a inscrição no Ciclo de oficinas será necessário pagar uma *taxa única de R$5 (no início da oficina) e preencher a ficha de inscrição.

Érica Rapinadasbacantesinstrutora do Ciclo de oficinas, diz que quando o teatro é servido, exclusivamente, por interesses gerais, comerciais, econômicos, o limite entre o pessoal e o político fixa-se, e o teatro tende a tornar-se uma alienação pelo valor de mercadoria, pela lógica da massificação. Mas o teatro quando perspectivado no contexto de manifesto feminista, adquire outro estatuto de realização. 

Por isso, propõem-se uma oficina de teatro que detém características temáticas e uma organização muito próxima das que caracterizam um grupo feminista: teatro alternativo de estímulo ao empoderamento da mulher, teatro-manifesto de dignação da mulher, perspectiva crítica horizontal, que contraria a perspectiva dominante vertical, dinâmica de informação, cooperação, divulgação, espaço pessoalmente marcante.

Teatro-manifesto porque implica um legado e uma posteridade, teatro do opressor/oprimido, teatro-manifesto feminista...

E então, mulheres, vamos vivenciar juntas tudo isso? 

Nosso encontro será aos sábados, tendo início no dia 18 de outubro, das 15h às 19h, no sindicato dos bancários.

O Sindicato dos Bancários fica na Rua 28 de Setembro, n 1210, próx à doca. Para ver o mapa Clique aqui.



* Cobraremos R$5 pelas inscrições, porque estamos fazendo uma campanha para arrecadarmos dinheiro, a fim de ajudar uma das nossas companheiras a conseguir dinheiro para pagar uma cirurgia.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

URGENTE – DOE SANGUE (QUALQUER TIPAGEM) PARA FABÍOLA BRITO, MAIS UMA VÍTIMA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

No dia 8 de junho de 2014, por volta das 23h, a jovem Fabíola Cristiane Borges de Brito, 22 anos, foi surpreendida com um tiro no peito, disparado pelo seu ex-namorado o qual não aceitou o término do relacionamento e decidiu por tirar a vida de Fabíola.

A jovem mulher que está sob o risco de vir ao óbito, está no CTI do Pronto Socorro Municipal de Belém (14 de março) e precisa de DOAÇÃO DE QUALQUER TIPAGEM SANGUINEA COM URGÊNCIA PARA QUE SEJA SUBMETIDA À CIRURGIA.

Que a violência contra as mulheres existe nós sabemos, porém, sempre que um novo caso acontece, mais consistente torna-se o entendimento que devemos seguir em Marcha até que todas nós sejamos livres de todas as formas de opressão e violência.

A família da vítima registrou ocorrência na Delegacia de Amparo à Mulher, mas o agressor continua foragido. Para a Marcha Mundial das Mulheres é fundamental que este e todos os outros casos sejam devidamente encaminhados para que os agressores sejam sim punidos e educados a não mais cometerem atrocidades como estas.

É necessário também que o Estado garanta a efetivação das leis e políticas públicas que possam alterar a realidade das mulheres que diariamente tem suas vidas ceifadas pela violência sexista, violência gerada pelo machismo que faz o homem ter o corpo da mulher como propriedade sua.

Estamos solidárias à Fabíola Brito e sua família.

Seguiremos em Marcha até que todas sejamos livres!!!

Obs.: Para a doação de sangue, dirija-se ao HEMOPA PARÁ e forneça o nome completo e hospital que a paciente está internada.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sobre as palavras que nunca saíram

Só hoje tive coragem de ler alguns textos sobre a cultura do estupro e fiquei com um nó na garganta, chorando silenciosamente, com muita dor no coração, tremendo e lembrando um dos motivos que me levam a permanecer na luta feminista...

Quando eu tinha uns 5 anos ou 6, não lembro bem, morava em Marituba (município do Pará), com meus pais e meu irmão. Meu pai e minha mãe trabalhavam bastante e passavam a maior parte do dia fora de casa, mas nos deixavam aos cuidados de uma babá até que chegassem do trabalho.

Um dia, eu fui brincar na casa do meu amigo, que morava ao lado de casa e o irmão mais velho dele, que na época deveria ter uns 17 ou 18 anos, me chamou para um quarto, abaixou a minha calcinha, botou a mão na minha boca tentando impedir que eu gritasse (nem precisava, as palavras não saiam) e começou a penetrar em mim, dizia que ele estava só brincando comigo, que se eu contasse aos meus pais ele iria machuca-los e ficou por bastante tempo fazendo aquilo e eu só queria chorar, porque doía muito e nem estava entendendo o que estava acontecendo.

Lembro que quando cheguei em casa, minha babá foi me dá banho, e quando viu minha vagina, perguntou porque ela estava toda vermelha, assada, perguntou se eu havia lavado com sabão de manhã e eu disse que sim (mentindo). Então ela me ensinou que nunca deveria lavar com aquele tipo de sabão e que ia passar pomada em mim. Mesmo depois dela ter me dado banho, ainda me sentia suja e com medo.

Houveram dias em que a minha babá precisava ir embora mais cedo e me deixava na casa desse vizinho. E o mesmo se repetia.  Não entendo como ninguém naquela casa não percebia.

Passei tardes triste, lembro muito bem, sentia vontade de chorar, tinha uns momentos agressivos, vontade de fugir, de morrer, mas nunca sequer mencionei algo para os meus pais.

Um dia disse pra minha babá que não era mais amiga daquele menino e que preferia ficar na casa da coleguinha da frente, então, depois de eu ter insistido muito, um dia ela conversou com a mãe da garotinha e passou a me deixar lá. Mas não tinha um só dia em que eu não lembrasse daquilo. Sentia muita vontade de falar pro meu pai, principalmente nos dias em que ele deitava ao meu lado e perguntava como tinha sido o meu dia e eu tinha que sufocar as partes ruins e só falar sobre as boas. O medo de que algo ruim pudesse acontecer com meus pais ou comigo, me ajudava a sufocar qualquer palavra que denunciasse aquele homem.

Meu pai faleceu. Nos mudamos. E com isso, mesmo triste, a possibilidade de uma vida nova, em outro lugar, plantava uma sementinha nova de felicidade no meu coração.

Alguns anos após a morte do meu pai, minha mãe conversou comigo e com meu irmão falando sobre ter um novo namorado. E nós aceitamos. Vimos como foi difícil superar a perda do nosso pai. Eis que após alguns meses de namoro, o namorado da minha mãe passou a ter mais espaço dentro de casa, já podia dormir e fazer alguns passeios conosco.

Um dia, a noite, minha mãe foi tomar banho, enquanto eu estava no quarto dela assistindo TV, junto com o namorado dela, então, em algum momento que não lembro perfeitamente, ele meteu a mão dentro da minha calcinha e disse pra eu ficar calada e não dizer nada pra minha mãe. Eu sabia o que aquilo significava. O mesmo pesadelo, com endereço e rosto diferente.  O medo voltou. E permaneceu sufocando qualquer palavra de dor.

Um dia estava dormindo e senti alguém puxando a minha calcinha, então fingi que estava acordando e a pessoa saiu correndo pro outro cômodo da casa... esse era um outro namorado que minha mãe arranjou alguns anos depois.

E também teve uma vez em que eu estava no aniversário da minha tia, e o marido bêbado dela acariciou meus seios, tocou na minha vagina, mandou eu sentar no colo dele e ficou excitado.

Todos esses homens me silenciaram.

Eu podia ter falado alguma coisa, já que eu era um pouco maior e já tinha consciência de que aquilo era errado, mas eu me sentia nojenta, culpada e o medo de que as pessoas se machucassem ou brigassem por minha causa, me calou.

Desde então, minha relação com meu corpo não é boa. Lembro que um dia minha pediatra perguntou pra minha mãe porque eu não usava sutiã, que nas consultas eu sempre estava com umas blusas largas e uma blusinha colada por baixo ou top. Então minha mãe disse “(...) acho que ela tem vergonha dos seios, Dra”. E tinha mesmo. Mas, mais do que ter vergonha dos meus seios, eu não queria chamar atenção. Não queria ser uma mulher atraente. Talvez, o fato de ter sido estuprada somado ao de ter passado a maior parte da minha vida estudando o catolicismo e sendo orgânica dentro da igreja, tenha colaborado para essa relação com o meu corpo.

Eu era o tipo de pessoa que humilhava os garotos da minha escola, que batia em qualquer um que fizesse qualquer piada comigo. Lembro que nenhum namoro meu durava, porque em algum momento do namoro, eu tratava aqueles homens como seres descartáveis. Foi grande o susto das minhas amigas e família quando meu namoro durou mais de um ano.

Foi nesse namoro que comecei a refletir sobre a raiva que sentia (já estava na universidade). E consegui conversar mais, ser mais compreensiva e consegui ter minha primeira relação sexual, acho que isso ocorreu quando eu tinha uns 21 anos. E lembro que chorei, na primeira tentativa. Porque isso me remetia à lembranças ruins e aquele sentimento de nojo voltava.

Eu já militava no movimento estudantil desde os 18 e no movimento feminista desde os 19, mas foi demorado o processo para que eu percebesse que não havia nada de errado comigo, que eu não era a culpada, que os culpados eram outros. Aqueles homens que sentiram-se no direito de usufruir do meu corpo sem meu consentimento. Aqueles homens que me violentaram psicologicamente. Aqueles homens que se acharam donos do meu corpo. Eles sim, eram os culpados. Mas ainda assim, mesmo depois de tanto tempo militando, aquelas ordens sobre meu silêncio ainda ecoam e ainda são obedecidas. Porque há uma sociedade que também me quer calada.

Enquanto escrevo esse texto, outras meninas devem estar sendo estupradas, ou mulheres, e elas, de certo, ficarão caladas, chorando, ou com muita raiva, porque aqui fora há uma sociedade que não quer ouvi-las e que quando ouvem,  as culpam. Aqui fora há uma sociedade que ensina as mulheres a como não ser estupráveis e que, consequentemente, se formos, é porque não seguimos essas “regras”.

Pra você, que faz parte das pessoas que culpam a vítima, seja pela roupa, pelo corpo “sedutor”, pelo horário em que estava na rua, porque ela é uma “piriguete”, ou qualquer outro argumento para justificar, você também estava colocando a mão na minha boca e me ameaçando na hora em que eu estava sendo estuprada. Você também é um estuprador e está contribuindo para a perpetuação da cultura do estupro.

Estou escrevendo esse texto, como uma primeira tentativa de cura, porque guardar isso por tantos anos ainda dói e porque escrevendo a minha história, posso estar incentivando mais vítimas a contarem as suas e isso talvez, contribua para a sua cura.

Essa história ainda é aquela lágrima que nunca seca. A vergonha que demorou pra passar. E a raiva que machuca. Poderia ter postado ela no meu blog, mas preferi que fosse em um blog feminista, não só pelo maior número de pessoas que poderão ter acesso a ela, mas porque eu me sinto confortável pra escrever a minha história em um espaço onde serei acolhida pelas minhas companheiras de luta e porque é o feminismo que tem me ajudado nesse processo de libertação e que me motiva a ajudar mais pessoas a se libertarem das correntes patriarcais que as prendem.

É preciso combater e denunciar. E, por isso, continuarei em marcha, até que todas sejamos livres.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Economia Feminista e Soberania Alimentar - Avanços e desafios

No Brasil, mulheres têm um papel estratégico na produção de alimentos na agricultura familiar, que abastece 70% do consumo de alimentos dos brasileiros. Também aqui poucas informações de produção estão desagregadas por gênero – o trabalho cotidiano da mulher é chamado de ajuda, às vezes por elas mesmas. O dinheiro resultante da venda de seus produtos não é visto como fundamental ou mesmo contabilizado na renda familiar. O que produzem para a alimentação da família, apesar de estar na mesa todos os dias, não entra na contabilidade como renda da propriedade, e nem mesmo como renda da família. A publicação desta pesquisa, resultado de uma parceria entre a campanha “Cresça”, da OXFAM e a Sempreviva Organização Feminista (SOF), pretende contribuir para questionar, repensar e, finalmente, mudar os mudar os desequilíbrios nas relações de poder que impedem as mulheres de se realizarem como seres humanos, em especial naquelas relações que se manifestam em torno à produção e ao acesso aos alimentos.

Economia Feminista E Soberania Alimentar (3,1 MB)

Livros06/02/2014

Planejamento Anual da M.M.M- Pa 2014

Nos dias 01 e 02 de Fevereiro, a MMM-PA se reuniu para planejar suas ações para o ano de 2014, com muitas tarefas e desafios e muita vontade de mudar a vida das Mulheres.


Árvore dos Sonhos MMM-Pa 2014, com todos os seus desafios, oportunidades, ameaças, forças e frutos.




Ciranda Feminista: "Companheira me ajuda, que eu não posso andar só, eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor..."


Seguiremos em Marcha...