domingo, 8 de março de 2015

A origem do Dia Internacional da Mulher

Por Lorena Abrahão*
Para compreender as origens do Dia Internacional das Mulheres, é necessário desconstruir a ideia que esta é uma data criada para fomentar o mercado de consumo. 
Desconstruir também o mito que se dá por um incêndio em uma fábrica nos EUA, onde morreram mais de 100 mulheres queimadas. Não há documento histórico nenhum, nem mesmo que comprove que houve este incêndio, e pelo calendário ele ainda teria sido em um domingo, pouco provável, mas mesmo que tenha ocorrido, nada tem a ver com a origem do Dia Internacional da Mulher.
Pela História e estudos sobre o movimento de mulheres socialistas, chegamos nos meados do século XX. Em diversos países já existiam movimento de mulheres em busca de conquistas básicas como direito ao divórcio, estudar e votar. Se compreendia que o voto era o primeiro passo para as outras conquistas.
No próprio movimento socialista ocorriam contradições e embates a cerca do reconhecimento da igualdade entre os sexos (parece bem atual não?!). As mulheres russas lutavam também por direito ao voto; pelo acesso ao trabalho e espaço público; além de pelo reconhecimento como portadoras de bens e direitos.
Então o movimento sufragista “unificou” internacionalmente o movimento de mulheres. Não significa que tenha tornado todos os movimentos em um só, mas que em torno de um denominador comum, uniu as mulheres em torno desta bandeira.
Em 1910, em Copenhagen, ocorre a 2ª Conferência de Mulheres Socialistas. Onde foi aprovada a proposta de um Dia Internacional de luta pela libertação das mulheres. Este é o marco do 8 de março,  data que era considerado o Dia das Mulheres Trabalhadoras na Rússia.
No 8 de março de 1917, as russas saíram nas ruas de Petrogrado na luta de conquistas trabalhistas. Para Alexandra Kollontai “as mulheres russas ergueram a tocha da revolução proletária e incendiaram todo o mundo”. Daí então, propagou-se pelo mundo as atividades em torno da data.
E essa é a real origem deste dia, que é um dia de luta pela liberdade das mulheres.
Desconstruir mitos, reafirmar o significado é reforçar o fato das mulheres serem e poder serem protagonistas de sua própria História.
Seguiremos em Marcha, até que todas sejamos livres!


*Lorena Abrahão é feminista, formada em Letras, assessora sindical e militante da Marcha Mundial das Mulheres.


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